Band 120 anos: Daniel Wehmuth

Band 120 anos: Daniel Wehmuth

 


“O clube tem 120 anos e o município de Brusque tem 160 anos. As histórias acabam se misturando e a minha história não é diferente. Puxando um pouco mais atrás na minha família, o meu avô foi presidente em 1958, meu pai em 1976 e eu em 2014. Estamos na terceira geração, que se disponibilizou a contribuir de alguma forma com a Sociedade Esportiva Bandeirante. E hoje eu tenho um filho de 13 anos e uma menina de 14, que também são usuários do clube”.



Chegamos ao fim da série de entrevistas com os presidentes do Bandeirante, em comemoração aos 120 do clube. Daniel Wehmuth (45), que ficou à frente da administração da entidade de 2014 a 2018 concedeu entrevista na manhã de segunda-feira, 4 de maio. 


Confira os principais trechos:  



Quais os principais marcos da sua gestão para o clube? 

Na verdade, apesar de eu ter estado presidente de 2014 a 2018, o meu ingresso na gestão do clube, vamos assim dizer, já começou muito antes. Quando o Sandro Baran era o presidente e eu estava como diretor social foi plantada uma semente, por meio de uma consultoria especializada em gestão de clubes onde formatamos uma diretriz, uma linha mestra para os próximos anos da Sociedade Esportiva Bandeirante. Claro que qualquer negócio na nossa vida, a gente sabe o ponto final, mas os caminhos acabam se modificando muito e a sentimos isso ao longo da gestão dele e depois, em 2014, quando eu assumi. Não que as necessidades eram outras, mas algumas mais latentes do que outras. Então, nós pegamos um período em que estávamos naquele limiar de nos voltar novamente para dentro do clube e resgatar a utilização dele pela família. Eu mesmo pelo meu histórico, tenho 45 anos, e se me perguntar quanto tempo estou no clube eu diria “desde sempre”, desde a minha infância como sócio dependente. O Bandeirante é realmente a minha segunda casa na minha rotina. Eu me lembro muito de vir para cá com meus pais, cada um nas suas atividades esportivas, cada um nas suas atividades sociais e a gente ficava aqui dentro do clube. E quando eu acabei assumindo em 2014 percebi a necessidade de resgatar isso, da família utilizar o clube. O clube estava mais voltado para uma utilização masculina, vamos dizer assim. Claro que em virtude dos produtos, das modalidades e a modificação da própria economia como um todo, da própria atividade do lazer, da facilidade de ir à praia, era muita transformação. Quando a gente pensava, o que fazer, vamos no Bandeirante. Lá vamos encontrar amigos, fazer uma atividade de lazer, a gente vai comer bem, vai ser bem atendido, vamos estar em segurança, podemos ir com a família. Então eu acho que esse foi o maior marco que conseguimos resgatar: a SEB como uma opção de lazer para toda família. Durante a minha gestão também investimos em infraestrutura de forma até expressiva eu diria, porque a economia vem sofrendo modificações e ao longo da sua história e em Brusque não foi diferente.  Tivemos momentos de crise e queira ou não queira, a gente estava preocupado com a evasão do quadro associativo. E também na fomentação de novos integrantes no quadro associativo. E claro, hoje quando você olha a Sociedade Esportiva aqui com quadras de tênis, campo de futebol, piscina e agora com quadra de beach tennis, além do próprio ginásio, a gente enxerga isso como produtos para o nosso associado. O futebol, por ser jogado por um número maior de pessoas também tem maior público para esse produto. Na ocasião, nós estávamos com dois campos de grama, só que campo de grama sofre muitos problemas com relação a disponibilidade do tempo. E nós tivemos um período, não me recordo bem se 2016 ou 2017, que foi muito chuvoso e nós tivemos a utilização dos campos muito comprometida ao longo do ano de uso. Tanto que em um determinado momento a gente falou: vamos fazer um campo sintético. Só que claro, isso se desdobrou numa série de benfeitorias no entorno, como modificação da parte de iluminação ao alambrado como um todo. Eu sempre usava uma frase quando estava na presidência: que antes de estar como presidente eu sou um associado do clube. Só que enquanto você é presidente, existe uma diferença, que é a caneta e o cuidado com o dinheiro, que eu como sócio, também contribuo. Os desafios são constantes. Nós estamos passando por vários momentos da economia nacional e municipal e foram momentos desafiadores de equilíbrio financeiro do clube. E o clube se resume um uma coisa: pessoas. 



De que forma o Bandeirante contribuiu para a sua própria história e de sua família? 

O clube tem 120 anos e o município de Brusque tem 160 anos. As histórias acabam se misturando e a minha história não é diferente. Quando eu nasci o clube já estava com seus setenta e poucos anos e aquilo que eu falei, minha família, meus pais, nós somos em 4 filhos e todos os casamentos foram aqui no clube. O meu casamento foi aqui no clube. Eu vinha muito aqui e praticava esporte. O verão era na piscina e hoje eu faço isso com os meus filhos. Puxando um pouco mais atrás na minha família, o meu avô foi presidente em 1958, meu pai em 1976 e eu fui em 2014. Estamos na terceira geração, que se disponibilizou a contribuir de alguma forma com a Sociedade Esportiva Bandeirante. E hoje eu tenho um filho de 13 anos e uma menina de 14 que são usuários do clube. A nossa rotina é casa, trabalho, escola e Bandeirante. Essa é a rotina da nossa família hoje. Então, se me perguntares qual a relevância do clube na minha vida: é total. Muitas festas, muitas amizades, muitas coisas foram construídas dentro do clube. O nosso círculo de amizades se resume no entorno do clube. Vai fazer seis anos que meu pai faleceu e durante a minha primeira gestão como presidente do clube, meu pai era o presidente do conselho. Então obviamente a gente conversava muito sobre o clube e as decisões a serem tomadas. Foi muito marcante ter esse privilégio de dialogar, conversar, pedir sugestões e conselhos na gestão do clube para uma pessoa que teve um papel fundamental aqui dentro também, com o histórico do meu avô. isso pra mim como sócio do clube e naquele momento como presidente foi muito marcante.


Como você avalia a trajetória do Bandeirante ao longo dos anos, considerando que a história do clube se mistura com a história de Brusque? 

O clube, como os outros presidentes já deram depoimento, ele teve um papel muito relevante. Imagina 120 anos de história na complexidade de mundo, as duas guerras mundiais, a motivação que ocasionou surgir o clube da colina, lá atrás falando no marco do papel mesmo. Teve papéis muito relevantes, tanto na parte esportiva brusquense, que o clube foi palco de revelação de atletas de nível nacional e mundial. Nós temos alguns nomes conhecidos, cada um na sua modalidade, que foram descobertos e lançados aqui dentro da Sociedade Esportiva Bandeirante. Da parte social alinhado com a parte econômica, ao longo da evolução do berço da fiação, da cidade dos tecidos, prestador de serviços, a Sede Social da Sociedade Esportiva Bandeirante foi palco de inúmeras reuniões, desfiles, festas de primeiro de maio - foram realizadas grandes festas aqui para os trabalhadores do município. Então, a contribuição do Bandeirante foi plena, tanto na parte social como esportiva para o município de Brusque.


Qual a sua relação com o clube hoje? 

Eu deixei de ser presidente, mas continuei sendo sócio e contribuo na gestão atual. Faço parte na direção com o presidente Lana e o vice presidente Marcelo, porque a gente tem um projeto sem data de conclusão. A gente sabe das deficiências, sabe onde tem os gargalos e procura fazer isso da melhor maneira possível, dentro do equilíbrio financeiro e sempre contando com a colaboração dos sócios. Eu fiquei duas gestões, o Lana está concluindo sua primeira agora e o associado tem sido um parceiro do clube muito bacana. Todos os nossos apelos, nossas sugestões e ideias o associado tem contribuído bastante. Temos só que agradecer realmente o quadro de associados que temos hoje. É uma história que nunca acaba. Que nós possamos comemorar muitos e muitos anos mais aqui na nossa Sociedade Esportiva Bandeirante, que realmente é a nossa segunda casa.


O desejo do Bandeirante como você mencionou, ao comemorar 120 anos, é ser a segunda casa dos seus sócios. Em qual espaço você se sente mais em casa?

Atualmente a minha família e eu - minha esposa e meus filhos - estamos muito envolvidos com uma modalidade esportiva relativamente nova no Brasil, nova Bandeirante, que é o beach tênis. Por questões de saúde até, eu jogava futebol e tênis, mas tenho problemas nos dois joelhos que foram operados, e coisa que eu não sinto no beach tênis. Por nós praticarmos essa modalidade em família, hoje onde eu mais círculo aqui no clube são as quadras de areia e no entorno pós partida, no bar do container, É o local onde a gente vem pra cá e fica extremamente a vontade, pratica o esporte e se integra com os amigos, bate papo e faz aquela resenha. Claro que a gente acaba se encontrando e reunindo com as pessoas que jogam futebol, tênis e tal, mas gira em torno do novo complexo de areia que a gente criou.